O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu o diálogo com o Irã, mas também mostrou que espera uma nova resposta do Irã aos Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano e processo de paz no Oriente Médio. Segundo Amorim, o presidente americano Barack Obama deu um estímulo positivo à paz na região. “Acho que a liderança iraniana ainda não deu uma resposta adequada (aos EUA)”, disse Amorim, durante seminário internacional sobre a paz no Oriente Médio.
Amorim contou ter ouvido do ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, a preocupação com armas nucleares no Irã. “Não vou negar que isso ocorra”, disse Amorim em seguida, em tom de ressalva. O chanceler brasileiro, porém, enfatizou a defesa da continuidade das negociações com o Irã. “O Irã é um interlocutor indispensável, sem entrar no mérito de se a gente gosta ou não gosta”, afirmou.
Para Amorim, sem o Irã não é possível discutir o processo de paz na região. A Síria estaria na mesma situação de interlocutor indispensável. “Num processo de paz, todos têm que estar envolvidos”. Amorim afirmou que “a maior segurança que pode haver para Israel é viver em paz com sua vizinhança”. Também disse que a Palestina é muito pobre e isso leva ao desespero. “Nada disso justifica o terrorismo, mas explica”. Ele se declarou um otimista e defendeu que “a comunidade internacional tinha que pensar em uma zona de paz e cooperação no Oriente Médio”.
