O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou nesta terça-feira (9) que o governo brasileiro não aceita a proposta do Paraguai de “perdão” da dívida de US$ 19,6 bilhões relacionada à obra de construção da usina hidrelétrica de Itaipu. Aos senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Amorim disse que o Brasil não concorda com o argumento paraguaio de que essa dívida é “espúria” nem com o conceito de que o Paraguai será soberano apenas na medida em que puder exportar a terceiros países sua cota de energia elétrica de Itaipu.
Segundo Amorim, os termos da proposta paraguaia são “pretensões irrealistas”. O chanceler disse, entretanto, que o governo brasileiro está disposto a contribuir para o desenvolvimento econômico do Paraguai e para tornar “mais saudável” seu setor produtivo. De forma categórica, Amorim deixou claro que o Tratado de Itaipu não será reformado.
O chanceler está na Comissão de Relações Exteriores participando de audiência pública sobre a polêmica em torno de empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a países da América do Sul, como o Equador, e as providências adotadas pelo governo brasileiro para garantir o pagamento das dívidas.