O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje que o Brasil não se sente “isolado” após a decisão do Conselho de Segurança da ONU de aprovar uma nova rodada de sanções contra o Irã. Brasil e Turquia se opuseram à medida.
“Não nos sentimos isolados, nós nos sentimos em boa companhia no caso da Turquia, país democrático, membro da OTAN”, afirmou, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Segundo o ministro, se o Irã representasse uma ameaça nuclear, a Turquia seria “o primeiro país a se preocupar com isso”, por fazer fronteira com o Irã.
Em maio, Brasil, Turquia e Irã firmaram acordo que previa a troca de 1.200 kg de urânio levemente enriquecido por 120kg de combustível nuclear para um reator de pesquisa. A Casa Branca considerou a proposta “inaceitável”, devido ao não comprometimento de Teerã em parar com o enriquecimento de urânio.
“Esse acordo oferecia uma perspectiva de reabrir um diálogo com o Irã”, afirmou Amorim, que criticou mais uma vez as sanções. “O Brasil não aprecia sanções, devido aos maus resultados que as sanções produziram em outros casos”, acrescentou, citando o Iraque como exemplo.
Questionado sobre os interesses nacionais na questão, o ministro defendeu que, “se o País se faz eleger membro do Conselho de Segurança, e o objetivo do Conselho de Segurança é manter a paz e segurança no mundo, não se pode furtar deste tema.”