Cinco norte-americanos detidos no Paquistão negaram hoje que tenham planejado realizar ataques terroristas. Um tribunal local concedeu à polícia duas semanas para a preparação da acusação contra eles, informou o advogado de defesa dos norte-americanos.
Os jovens muçulmanos da região de Washington foram detidos no início de dezembro na cidade de Sargodha, no leste do país, em um caso que aumentou os temores de que ocidentais estejam viajando para o Paquistão para fazer parte de grupos militantes. A polícia paquistanesa disse que pretende pedir a prisão perpétua para o grupo, sob a lei antiterrorismo do país.
Os homens, com idades entre 19 e 25 anos, negaram, durante audiência realizada hoje em Sargodha, que tenham tido ligações com a Al-Qaeda ou outros grupos militantes, disse o advogado Ameer Abdullah Rokri. “Eles disseram no tribunal que não tinham planos de realizar atos terroristas dentro ou fora do Paquistão”, disse Rokri.
“Eles afirmaram que apenas quiseram viajar para o Paquistão para ajudar seus irmãos muçulmanos que estão com problemas, que estão sangrando e que são vítimas das forças ocidentais.” Rokri não disse se os homens planejavam combater as forças da coalizão no Afeganistão ou apenas prestar assistência humanitária.
No entanto, um dos suspeitos indicou que eles planejavam participar da guerra santa. “Não somos terroristas”, disse Ramy Zamzam quando entrou no tribunal. “Somos jihadistas e a jihad não é terrorismo”. O tribunal ordenou que os homens permaneçam na prisão por mais 14 dias para dar à polícia tempo para preparar o caso, afirmou Rokri.
“Nós dissemos ao tribunal que a polícia concluiu suas investigações e tem evidências suficientes contra os cinco suspeitos para julgá-los sob a lei antiterrorismo”, disse o policial Matiullah Shahani.
A polícia não informou qual era o alvo do grupo, mas as autoridades disseram que os homens tinham um mapa da Barragem Chashma, um complexo localizado perto de instalações nucleares que incluem um reservatório de água e outras estruturas. A barragem está localizada na populosa província de Punjab, cerca de 200 quilômetros a sudoeste da capital, Islamabad.