A aliança de centro-esquerda liderada pelo ex-prefeito de Roma Walter Veltroni, que disputa as eleições gerais na Itália no domingo e na segunda-feira, contou com apoio importante do PT e do PPS durante a campanha no Brasil, onde há 200 mil eleitores italianos e pretende tratar a América Latina como uma das prioridades da política externa italiana em caso de vitória nas eleições.
?O PD (Partido Democrático, nome da aliança) pôde fazer uma campanha intensa no exterior graças ao apoio dos partidos nacionais?, afirmou Luciano Vecchi, o diretor de Relações Internacionais do Partido Democrático da Esquerda (PDS), que encabeça a coalizão. ?Em particular, no Brasil, o Partido dos Trabalhadores, de Lula, e o PPS mobilizaram uma grandíssima campanha a favor do voto no PD.?
Lula tinha programada uma visita à Itália na terça-feira (8). Foi cancelada depois que o governo do premiê Romano Prodi, também do PDS, caiu no início de fevereiro, por ter perdido sua estreita maioria de três cadeiras no Senado. Prodi promoveu uma aproximação com o Brasil em particular e com a América Latina em geral, em contraste com seu antecessor, Silvio Berlusconi, que dá prioridade às relações com os EUA e com a Europa.
Líder de centro-direita, Berlusconi é favorito nas eleições, segundo as pesquisas, com 5 a 9 pontos porcentuais de vantagem sobre Veltroni. ?Se vencermos, a América Latina continuará sendo uma das prioridades da nossa política externa?, garantiu o eurodeputado Lapo Pistelli, encarregado de política externa da coalizão de centro-esquerda.
Pistelli criticou Berlusconi: ?Durante cinco anos, o líder do PDL (Partido da Liberdade) não botou o pé na América Latina, onde vivem 30 milhões de italianos. Já nos últimos dois anos se reconstruíram pontes, com acordos importantes". Termina hoje o prazo para os italianos que vivem no Brasil votarem. Quem quiser votar deve levar sua cédula de votação preenchida até o consulado mais próximo.