Um opositor do governo de Pequim, o escritor chinês Liao Yiwu deixou seu país natal e seguiu para a Alemanha, após a polícia ameaçá-lo várias vezes de prisão por seus controversos trabalhos. Liao chegou a Berlim há dois dias, no final de uma jornada secreta que incluiu transferências de avião na capital vietnamita, Hanói, e em Varsóvia, na Polônia, disse o escritor em entrevista à Associated Press.

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“Eu me sinto muito mais relaxado, agora que estou em um local onde posso falar e publicar livremente”, disse Liao. “Estou de muito bom humor agora”. O escritor disse que a polícia o visitou várias vezes na China nos últimos meses, fazendo ameaças veladas de prisão caso ele publicasse mais obras no exterior.

O escritor, que vivia na província de Sichuan, também foi proibido de deixar a China para participar, em março, de um festival literário na Austrália. Também foi retirado de um avião na cidade de Chengdu, no sudoeste chinês, em fevereiro, quando ia para o maior festival literário da Europa, na Alemanha.

Em fevereiro, Pequim lançou aparentemente a maior onda de repressão em anos, prendendo dezenas de ativistas, advogados e intelectuais. A reportagem tentou entrar em contato com o escritório de imprensa da província de Sichuan, mas os telefonemas não foram atendidos.

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Liao tem sido monitorado desde que lamentou publicamente os mortos no massacre na Praça da Paz Celestial, ocorridos durante protestos por democracia no país, em 1989. Ele foi condenado a quatro anos de prisão por tratar do assunto em sua obra e em declarações públicas.

O escritor disse não ter planos imediatos de retornar à China e pretende trabalhar para ter seus livros publicados. O autor é mais conhecido por sua obra “The Corpse Walker” (“O cadáver ambulante”, em tradução literal), uma série de entrevistas com pessoas vivendo à margem da sociedade chinesa, como por exemplo um preso político e um gerente de um banheiro público. As informações são da Associated Press.

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