O ex-comandante das tropas norte-americanas no Afeganistão, general John Allen, pediu nesta sexta-feira à Casa Branca, que anuncie o número de soldados que permanecerão no país após 2014. Allen, que está aposentado, disse que os afegãos precisam saber quantos soldados dos Estados Unidos permanecerão no Afeganistão depois de a maioria se retirar, em 31 de dezembro de 2014.
O general discursou no Center for a New American Security, onde divulgou um novo relatório que foi formulado por ele, pela ex-funcionária da Defesa dos Estados Unidos, Michele Flournoy, e pelo especialista em defesa do Instituto Brookings, Michael O’Hanlon, que alerta sobre os riscos de perder os avanços conquistados se a retirada ocorrer antes de dezembro de 2014 ou se a comunidade internacional restringir a ajuda contínua ao país após esta data.
“O presidente (Barack Obama) disse ao povo afegão que não vamos abandoná-lo”, discursou Allen, para quem faltam ações que confirmem o que foi dito. Ele recomenda que, após 2014, o Afeganistão mantenha um contingente de 13.600 soldados norte-americanos, auxiliados por tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Autoridades consideram manter um contingente entre 8 mil e 12 mil soldados.
A porta-voz da Casa Branca, Laura Lucas, explica que “o presidente ainda está revendo as opções de segurança e ainda não decidiu sobre o contingente de uma possível presença norte-americana (no Afeganistão) após 2014”.
Ao anunciar a decisão sobre o número de soldados que permanecerão em território afegão, Allen considera que o presidente Barack Obama silenciará o Taleban, que afirma que os Estados Unidos estão deixando o Afeganistão. “Anunciar a decisão tornará mais difícil para lideranças do Taleban justificarem a manutenção dos conflitos”, justifica Allen.
Os autores do relatório também reiteram que, caso o Paquistão tivesse conhecimento sobre o contingente de soldados norte-americanos que permanecerão no Afeganistão, poderiam auxiliar na reconciliação entre o país e as lideranças do Taleban, refugiadas em áreas tribais paquistanesas. As informações são da Associated Press.