Aliado de Erdogan é nomeado premiê na Turquia

O atual primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nomeou o ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, como seu sucessor nesta quinta-feira. Os turcos preveem, no entanto, que o homem que dominou a política turca por mais de uma década continuará no poder quando se tornar presidente.

Erdogan indicou que planeja manter rígido controle sobre o governo e quer transformar a função da Presidência, atualmente um cargo representativo. Ele disse que vai fazer uso de poderes poucas vezes usados na história, como a capacidade de invocar e presidir sobre reuniões do Congresso. Como primeiro presidente eleito da Turquia, Erdogan vai assumir o cargo no dia 28 de agosto.

O ex-primeiro-ministro anunciou após um encontro com sua coligação, o Partido da Justiça e Desenvolvimento, que os líderes da sigla haviam designado Ahmet Davutoglu, de 55 anos, para substituí-lo como líder do Congresso e premiê. Davutoglu, que coordenou a política externa turca tanto como ministro das Relações Exteriores como conselheiro de Erdogan desde 2003, deve ser empossado como líder do partido na cúpula emergencial do grupo político na semana que vem.

O futuro primeiro-ministro, que já foi professor de Relações Internacionais, é considerado um forte apoiador de Erdogan e há muito tempo era cotado como seu sucessor. Analistas afirmam que Erdogan quer colocar no poder um premiê aliado para que possa controlar disfarçadamente o governo.

Davutoglu também é conhecido por sua astúcia política, capaz de levar o partido à vitória nas eleições parlamentares em junho de 2005, quando Erdogan espera assegurar a maioria absoluta que permitiria à sigla reescrever a constituição e mudar o sistema político da Turquia para o presidencialismo.

O histórico dele como ministro das Relações Exteriores, no entanto, tem sido confuso. Elogiado em seus primeiros anos no Ministério por causa de seus esforços para se aliar a inimigos antigos dos turcos, críticos dizem que sua política de “zero problemas com os vizinhos” desandou desde então, deixando a Turquia com poucos apoiadores no Oriente Médio. Fonte: Associated Press.

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