O ex-chefe de comunicações e estratégia do governo de Tony Blair, Alastair Campbell, defendeu hoje seu trabalho na preparação do controverso dossiê de 2002 usado para justificar a invasão do Iraque. Questionado pelo Inquérito Iraque, comissão que investiga a participação da Grã-Bretanha na guerra, Campbell negou que tenha “tornado mais atrativo” o documento para fortalecer a decisão de Tony Blair de se unir aos norte-americanos na invasão para depôr o ditador iraquiano Saddam Hussein.

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Ele chamou o dossiê de “um trabalho sério e sólido”, mesmo que a maior parte das informações contidas nele tenham se mostrado erradas no que diz respeito à capacidade militar de Saddam. “Eu defendo cada palavra do dossiê e eu defendo cada parte do processo”, disse Campbell. “Foi uma genuína tentativa do primeiro-ministro e do governo de despertar o interesse do público”.

Ele negou ter pressionado os chefes da inteligência britânica para alterarem a conclusão e, assim, fortalecer a decisão de Blair para ir à guerra. Ele afirmou não ter adulterado informações de inteligência. “Em nenhum momento alguém do governo disse para os serviços de inteligência: ‘olhem, vocês têm de preparar este caso'”, disse Campbell ao painel, afirmando que o chefe de inteligência, John Scarlett e seu grupo de gerência ficaram satisfeitos com o relatório e seus desdobramentos.

Foi uma enfática defesa feita pelo homem que trabalhou como o principal estrategista de comunicação de Blair de 1997 até agosto de 2003. Ele negou consistentemente qualquer ato ilegal, dizendo a outros três inquéritos que a preparação do dossiê foi feita de forma correta.

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O documento foi ridicularizado por causa das afirmações infundadas de que Saddam poderia fabricar armas nucleares no prazo de um ano e da afirmação que o ditador iraquiano tinha armas químicas que poderiam ser lançadas em 45 minutos. As duas afirmações se mostraram falsas – nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque depois que as forças lideradas pelos Estados Unidos depuseram Saddam.

Campbell culpou os problemas do dossiê a falhas de inteligência e não a erros cometidos por ele ou por Blair. O ex-primeiro-ministro deve testemunhar no Inquérito Iraque no final de janeiro ou começo de fevereiro.

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