Alemanha dividida, 20 anos após cair o muro

Vinte anos após a queda do muro de Berlim, ainda existem duas Alemanhas em termos sociais. Mas o país promete organizar nos próximos meses uma série de eventos para marcar o fim do símbolo da divisão.

Dados do ParitÄtische Gesamtverband, entidade que reúne associações de caridade e do governo federal, apontam que 20% da parte oriental vive com menos US$ 1 mil por mês, a linha da pobreza no país. A situação mais crítica é de Vorpommern, onde 27% da população ganha até essa faixa. O valor é calculado pela média do custo de vida. Quem ganha menos de 60% da média salarial é considerado pobre. Para os casais com um filho, a linha da pobreza é uma renda mensal de US$ 2,2 mil. No lado ocidental, a parcela de pobres não chega a 13%.

“A pobreza está crescendo”, afirmou Ulrich Schneider, diretor da ParitÄtische Gesamtverband. Segundo ele, o aumento vem de um período anterior à crise econômica e demonstra que o sistema já não era adequado para garantir ajuda a todos. Segundo dados oficiais, o governo alemão gastou cerca de 80 bilhões de euros por ano desde 1990 para promover uma maior integração entre os dois lados do país. O dinheiro ainda foi usado para tentar levar empresas ao lado oriental, elevar salários e melhorar sistema de saúde.

Mas as novas constatações são de que esses investimentos ainda não permitiram que as diferenças fossem superadas. Com a crise – a pior na Alemanha desde o fim da 2ª Guerra Mundial – a tendência é ainda de agravar as disparidades. “O desemprego no lado oriental deve aumentar com mais velocidade que no oeste”, afirmou Schneider.

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