A corte estadual de Aachen, na Alemanha, condenou hoje Heinrich Boere à prisão perpétua por homicídios, em 1944, de três civis holandeses durante a Segunda Guerra Mundial, quando ele integrava o esquadrão “Silbertanne”, uma unidade formada em sua maioria por voluntários holandeses da SS, responsável por assassinatos em represália contra seus compatriotas.
Boere disse que não tinha opções a não ser obedecer às ordens de matar pessoas. “Como simples soldado, aprendi a cumprir ordens”, explicou-se em dezembro. “E sabia que se não cumprisse minhas ordens estaria quebrando meu juramento, e eu mesmo seria baleado.”
No entanto, a promotoria argumentou que Boere era um membro voluntário da SS, unidade na qual ingressou pouco após os nazistas invadirem sua cidade natal de Maastricht e o resto da Holanda, em 1940.
Boere foi sentenciado, sem estar presente, à pena de morte na Holanda, em 1949. Porém teve a pena comutada depois para prisão perpétua. Até agora, ele não havia sido preso. Uma corte alemã negou a extradição do réu, porque determinou que ele tem nacionalidade alemã, como tem a holandesa. Outro tribunal decidiu que ele não será obrigado a cumprir sua sentença holandesa em uma prisão alemã, porque não estava presente nesse julgamento, por ter fugido para a Alemanha.
Himmler
Boere nasceu em Eschweiler, na Alemanha, nas proximidades de Aachen, onde hoje vive. Filho de um holandês e uma alemã, mudou-se menino para a Holanda. Ele disse que decidiu unir-se à SS quando tinha 18 anos, logo após a invasão alemã.
Também afirmou ter se inspirado por um cartaz de recrutamento firmado por Heinrich Himmler. Comandante da SS, Himmler foi um dos alemães mais poderosos na época do nazismo e teve papel crucial no Holocausto. Após combater na frente russa, Boere terminou voltando à Holanda e integrando o “Silbertanne”, um esquadrão da morte responsabilizado por 54 homicídios.