A Alemanha anunciou planos para se tornar a primeira grande potência industrializada a paralisar todas as suas usinas nucleares em razão do desastre ocorrido no Japão. A paralisação gradual deverá ser concluída até 2022. A decisão da coalizão de centro-direita foi anunciada pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Roettgen, que a descreveu como irreversível.
“Após longas consultas, existe agora um acordo para colocar um fim na energia nuclear”, disse o ministro, depois de sete horas de negociações nos escritórios da chanceler Angela Merkel, que entraram pela madrugada. “A decisão é consistente, decisiva e clara”, acrescentou.
A Alemanha possui 17 reatores nucleares. Oito deles estão fora da rede de eletricidade, sendo que sete são os mais antigos do país e haviam sido paralisados por três meses enquanto se aguardava uma avaliação de segurança em seguida à crise nuclear na usina de Fukushima, no Japão. O oitavo fica na usina Kruemmel, no norte da Alemanha, e estava paralisado há anos em razão de problemas técnicos.
Segundo Roettgen, além dos oito reatores já paralisados, seis encerrarão as operações até o fim de 2021 e os três mais modernos serão desligados até o fim de 2022. O ministro afirmou que não há riscos de blecautes. “Nós garantimos que o fornecimento de energia será assegurado em todos os momentos e para todos os usuários”, disse. Atualmente, 22% das necessidades de eletricidade da Alemanha são cobertas pela energia nuclear.
A decisão de hoje indica um retorno ao cronograma estabelecido dez anos atrás pelo governo anterior da Alemanha, liderado por uma coalizão entre o Partido Social Democrata e o Partido Verde. No fim do ano passado, o governo de Merkel decidiu estender a vida útil dos 17 reatores alemães por, em média, 12 anos, o que os manteria em uso até meados de 2030. Essa decisão era impopular na Alemanha mesmo antes do desastre no Japão. As informações são da Dow Jones.