Além do corpo do representante-adjunto das Nações Unidas no Haiti, o diplomata brasileiro Luiz Carlos da Costa, as equipes de resgate também localizaram ontem os restos da principal autoridade da ONU no Haiti, o tunisiano Hedi Annabi, e do canadense Doug Coates, chefe da força policial internacional no Haiti, nos escombros da sede da ONU, que funcionava no Hotel Christopher, informaram fontes militares em Porto Príncipe.
Logo após o anúncio do resgate dos corpos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, emitiu uma nota oficial confirmando as mortes. O diplomata brasileiro estava com os documentos na roupa. O corpo seria levado para o Hospital Argentino.
Costa estava desaparecido desde o terremoto de terça-feira, quando a sede da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) em Porto Príncipe desabou após o terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o país.
O brasileiro foi designado representante especial adjunto na ONU no Haiti em novembro de 2006, depois de missões na reconstrução de países como Libéria e Camboja. Entre suas atribuições está a integração entre as forças civis, militares e policiais.
Ele começou a trabalhar na sede da ONU em 1969, como mensageiro. Tornou-se um dos mais importantes funcionários das Nações Unidas, onde conheceu e tornou-se amigo do alto comissário Sérgio Vieira de Mello, morto em agosto de 2003, durante atentado terrorista no Iraque.
“Não temos a menor dúvida de que este é o pior golpe sofrido pela ONU em todos os tempos”, disse o italiano Giancarlo Summa, diretor do Centro de Informações das Nações Unidas no Brasil. “À medida que o tempo passa, as chances de encontrar sobreviventes vão se reduzindo.”