Alabama prepara funeral de motorista de ônibus escolar

Os moradores de Newton preparavam neste domingo o funeral do motorista de ônibus escolar que foi morto tentando proteger as crianças que estavam no veículo. Já o menino de 5 anos que foi retirado do ônibus pelo homem que atirou no motorista continuava nas mãos do sequestrador, num impasse que já chega ao sexto dia.

Charles Albert Poland Jr.,de 66 anos, mais conhecido em sua cidade natal, Newton, como Chuck, é considerado um herói. Centenas de pessoas foram ao seu velório, realizado na noite de sábado. O enterro está marcado para a tarde deste domingo.

“Eu acredito que se ele tivesse de fazer tudo de novo, amanhã, ele faria”, disse Lavern Skipper, cunhada de Poland, na manhã de sábado. “Ele faria pelas crianças.”

Segundo as autoridades locais, Jim Lee Dykes entrou no ônibus, onde havia 21 crianças, na tarde de terça-feira e exigiu que dois meninos, com idades de 6 e 8 anos o seguissem. Quando Poland tentou impedi-lo, o homem atirou várias vezes e levou um garoto de 5 anos com ele. De acordo com a polícia, Dyles continua em um abrigo subterrâneo com o menino sequestrado.

O xerife Wally Olson disse aos jornalistas no sábado que Dykes afirmou ao policiais que tem cobertores e aquecimento elétrico no abrigo, localizado em sua propriedade. As autoridades implantaram um posto de comando na igreja e vêm se comunicando com Dykes por meio de um tubo de ventilação, que vai até o abrigo.

Olson disse também que Dykes permitiu o envio de livros para colorir, medicamentos e brinquedos para o garoto. “Eu quis agradecê-lo por cuidar do menino”, afirmou Olson. “Isto é muito importante.”

Os disparos e o sequestro aconteceram em Midland City, pequena cidade perto de Dothan, no Alabama, no sudeste do Estado. Newton fica a cerca de 5 quilômetros de distância, uma localidade menor, com menos de 2 mil habitantes, situada em meio a fazendas de algodão e colinas de terra vermelha.

O filho do motorista, Aaron Poland, disse à NBC Newsque não se surpreendeu com a ação do pai para proteger as crianças no ônibus. “Ele as considerava seus filhos”, afirmou. “E eu sei que esta é a razão pela qual meu pai foi atingido por aqueles tiros, por suas crianças, como ele teria feito por mim e por minha irmã. “

Os moradores também rezam pela volta em segurança do menino que é mantido refém e fazem perguntas sobre o homem que o sequestrou.

Em Midland City, a polícia permanece em silêncio a respeito dos contatos com Dykes, veterano do Vietnã mais conhecido como Jimmy por seus vizinhos. Alguns o descreveram como uma figura ameaçadora, com opiniões contrárias ao governo.

Um dos vizinhos de Dykes disse que o suspeito passou dois ou três meses construindo o abrigo subterrâneo, fazendo escavações e montando a estrutura com madeira e compensado, que ele cobriu com areia.

Michael Creel, vizinho de Dyke, disse que ele instalou um cano subterrâneo que vai do abrigo até a entrada de sua propriedade para que pudesse ouvir a chegada de alguém. Quando terminou os trabalhos, Dykes convidou Creel para ver o local. “Ele estava se vangloriando por ter feito o abrigo e me chamou para vê-lo.”

Creel disse acreditar que o objetivo de Dykes é dar publicidade a suas crenças políticas. “Eu acho que ele quer reclamar sobre política e o governo”, disse Creel. “Ele é muito preocupado com sua propriedade.”

A política tem usado o tubo para se comunicar e enviar os medicamentos que o menino precisa. O deputado estadual Steve Clouse, que visitou a mãe do menino, disse que ele sofre de síndrome de Asperger, uma forma mais leve de autismo, déficit de atenção e hiperatividade.

Mas a polícia não disse com que frequência mantém contato com Dykes ou o assunto das conversas com ele. O xerife Olson não informou, no sábado, se Dukes fez alguma exigência e afirmou se que as informações que pode revelar são limitadas. As informações são da Associated Press.

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