Al-Qaeda quer trocar refém francês por militantes presos

A Al-Qaeda no Magreb Islâmico, um braço do grupo no norte da África, exigiu a libertação de quatro membros da rede extremista em troca de Pierre Camatte, refém francês capturado há dois meses. “Nós damos à França e ao Mali 20 dias a partir da data deste comunicado para responder à nossa exigência legítima, do contrário os dois governos serão completamente responsáveis pela vida do refém francês”, afirmou o grupo em comunicado com data de ontem. No entanto, a proposta está em uma mensagem divulgada hoje em um site frequentemente usado por militantes.

O grupo anunciou no mês passado o sequestro de Camatte no Mali, em 25 de novembro, e de três espanhóis na Mauritânia, cinco dias depois. “Nós convocamos a opinião pública francesa e a família dos reféns para exercer pressão sobre o governo de Sarkozy (Nicolas Sarkozy, presidente da França) e evitar que ele se comprometa com a mesma estupidez cometida por Gordon Brown (primeiro-ministro da Grã-Bretanha) em relação ao cidadão britânico”, afirmou o texto.

O grupo se referiu ao assassinato do refém britânico Edwin Dyer, em 31 de maio, após o Reino Unido se recusar a pagar um resgate para libertar um religioso radical islamita, detido na Grã-Bretanha. Dyer era um dos quatro turistas europeus – entre eles dois altos enviados das Nações Unidas – sequestrados no ano passado perto da fronteira entre o Mali e a Nigéria. Eles foram provavelmente capturados por homens armados locais e transferidos para a Al-Qaeda.

Um dos quatro reféns, Werner Greiner, um suíço, foi libertado em julho de 2009, após passar seis meses em cativeiro no Mali. A mulher dele e outra alemã foram libertadas em abril de 2009, junto com dois enviados canadenses da Organização das Nações Unidas (ONU) que foram capturados em outra ação, em dezembro de 2008.

Espanhóis

O grupo ainda não divulgou as condições para libertar os três espanhóis que viajavam em um comboio que distribuía auxílio a moradores pobres de vilarejos na costa da Mauritânia quando foram sequestrados. Em comunicado anterior, o grupo disse que o sequestro foi retaliação contra “a guerra ‘dos Cruzados’ contra os muçulmanos e o Islã em toda parte e a morte de pessoas inocentes e a ocupação de suas terras”.

A autenticidade do comunicado de hoje não pôde ser imediatamente verificada. O texto foi divulgado por um site militante que geralmente publica comunicados e vídeos da Al-Qaeda e de outros grupos militantes. A Al-Qaeda no Magreb Islâmico opera em grande parte na Argélia, mas suspeita-se que o grupo venha cruzando a porosa fronteira desértica do país para realizar atos violentos em outros pontos do noroeste africano.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna