Londres – O empresário egípcio Mohamed Al Fayed afirmou que o acidente de automóvel em que morreram seu filho Dodi e a princesa Diana "foi um complô", segundos após ter recebido a notícia, como se informou nesta quinta-feira (29) na Suprema Corte de Londres.
O dono da rede Harrods comentou essa teoria com Franz Klein, presidente do Hotel Ritz de Paris, que prestou hoje depoimento na Corte da capital inglesa. Klein lhe informou sobre a morte do casal, ao que Al Fayed lhe confidenciou: "Sei mais do que você sabe, mais do que imagina", disse Al Fayed.
Segundo Klein, Dodi lhe disse durante do verão europeu de 1997 que planejava ficar noivo da princesa de Gales. O presidente do Ritz contou, além disso, que o casal planejava estabelecer-se em Paris, na Villa Windsor, onde havia vivido no exílio o ex-rei da Inglaterra Edward VIII com sua esposa, Wallace Simpson, após a abdicação ao trono.
Durante seu testemunho, em que chegou a chorar, Klein afirmou que Dodi havia escolhido um anel na joalheria Repossi da coleção "Dis-moi oui" (Diz-me que sim), horas antes da colisão com o Mercedes-Benz na madrugada de 31 de agosto de 1997.
Afirmou que ligou para Al Fayed em Londres de sua mansão em Antibes, no sul da França, para contar-lhe a trágica notícia 20 minutos após o choque.
"Disse ao senhor Al Fayed: ‘Senhor, lamento muito incomodá-lo, mas ocorreu um acidente terrível. Dodi e o motorista morreram. Al Fayed disse ‘lamento’", destacou Klein diante do jurado britânico.
"Perguntou-me o que havia passado com a princesa. E eu lhe falei que a informação que tinha é que estava viva, isso era tudo o que sabia. Disse também que havia sido um acidente. Al Fayed, muito calmo, me respondeu: ‘Frank (como costumam chama Klein os mais íntimos), este não é um acidente, foi um complô ou assassinato’", narrou o dono do Ritz.
Sentado a poucos metros de onde testemunhava Klein, Al Fayed o olhava intensamente.
A Suprema Corte de Londres examina desde 2 de outubro a morte de Diana e Dodi, e tenta determinar se o casal morreu devido a uma acidente de automóvel ou por um complô de assassinato executado pelos serviços secretos MI6, sob ordens do príncipe Philipp de Edimburgo, marido da rainha Elizabeth II.
