Equipes de resgate, cães farejadores e suprimentos seguiam hoje para o Haiti por ar e pelo mar. Vários países e entidades se mobilizavam em uma resposta global ao terremoto de 7 graus na Escala Richter ocorrido a terça-feira, que pode ter matado mais de 100 mil pessoas na nação caribenha. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou uma rápida operação. Especialistas civis e militares começaram a chegar à ilha e aeronaves norte-americanas já buscavam sobreviventes. Outros governos e entidades humanitárias anunciaram o envio de fundos emergenciais, além de realizarem campanhas de arrecadação pela internet.

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Boa parte da capital haitiana, Porto Príncipe, foi reduzida a escombros pelo terremoto. Porém, o aeroporto local estava operando, permitindo que o auxílio chegasse não apenas pelo mar, mas também pela via aérea. “Eu direcionei minha administração para responder com um esforço rápido, coordenado e agressivo para salvar vidas”, afirmou Obama, ontem.

O presidente do Haiti estimou o total de mortos entre 30 mil e 50 mil. Já o primeiro-ministro do país, Jean-Max Bellerive, disse que o número de mortos poderia ser “bem maior do que 100 mil”. “A prioridade é encontrar sobreviventes”, afirmou Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU). “Estamos trabalhando contra o relógio.”

De acordo com o chefe do Comando Sul dos EUA, general Douglas Fraser, as pesquisas iniciais apontam que o estrago ficou concentrado na região da capital haitiana. Segundo ele, no entanto, ainda não é possível estimar o número de mortos nem a escala do desastre. O ex-presidente dos EUA Bill Clinton, agora o enviado especial da ONU para o Haiti, lançou uma campanha para arrecadar fundos, afirmando que um ou dois dólares de cada pessoa já ajudariam. O porta-aviões USS Carl Vinson deve chegar ao Haiti hoje. Destróieres e outras embarcações da Guarda Costeira também estão a caminho.

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O Banco Mundial se comprometeu a enviar um auxílio extra de US$ 100 milhões ao Haiti, que já enfrenta um quadro de instabilidade política, crimes e desastres naturais. A Cruz Vermelha Internacional lançou um apelo para arrecadar US$ 10 milhões. O Programa Alimentar Mundial da ONU já anunciou que fornecerá em breve 15 mil toneladas de comida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou especialistas para ajudar a lidar com os mortos e seus corpos, advertindo para o perigo da disseminação de doenças, como a diarreia.

Países

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Vários países latino-americanos ofereceram ajuda. Cuba, que sentiu o tremor, enviou 30 médicos para auxiliar os funcionários de saúde cubanos que já atuavam no Haiti. O Brasil anunciou o envio de US$ 15 milhões e de 14 toneladas de alimentos. Peru, Venezuela, México, Colômbia, Guatemala e Chile também prometeram ajudar. O papa Bento XVI pediu uma resposta generosa à “trágica situação”.

O Canadá enviou dois navios, helicópteros e aviões com suprimentos, além de uma equipe de resgate e apoio. A Austrália ofereceu US$ 9 milhões. Taiwan, Coreia do Sul e Nova Zelândia também auxiliarão. Na Europa, a Comissão Europeia liberou 3 milhões de euros (US$ 4,4 milhões) em assistência emergencial. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda e Espanha são outras nações que prometeram ajuda. Um avião com uma equipe de busca e resgate partiu de Moscou e a Rússia também se ofereceu para instalar um hospital de campanha.

O ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Marty Natalegawa, cujo país foi o que mais sofreu com o tsunami que matou mais de 220 mil pessoas na Ásia, em 2004, apelou para que o mundo ajudasse o Haiti durante um encontro de ministros do continente. “Como alguém de um país que já foi devastado por situações similares, estamos absolutamente entristecidos. Nós pedimos à comunidade internacional, incluindo nós mesmos, para fazer o que for possível para ajudá-los.” O Japão também já anunciou que pretende auxiliar. As informações são da Dow Jones.