A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse hoje que o Irã ativou equipamentos para enriquecer urânio de maneira mais eficiente. O braço das Nações Unidas que monitora o uso da energia nuclear afirmou que Teerã está usando uma segunda série de 164 centrífugas ligadas em uma cascata para enriquecer urânio em até 20%, na sua planta piloto, em Natanz.
Outra cascata em Natanz já produz urânio enriquecido a cerca de 20% desde fevereiro deste ano. Também hoje, o conselheiro do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o país está pronto para discutir seu programa nuclear com os Estados Unidos. Ali Akbar Velayati disse, em visita a Damasco, que o Irã está comprometido em resolver a questão através do diálogo.
A porta-voz da AIEA, Gill Tudor, disse que quando inspetores visitaram a usina de Natanz, em 17 de julho, o Irã estava “alimentando com material nuclear as duas máquinas interconectadas com cascatas de 164 centrífugas” em violação às resoluções das Nações Unidas. Segundo ela, o Irã informou à AIEA em março sobre sua intenção de conectar as duas cascatas.
Enriquecido a 20%, o urânio pode passar a um estágio posterior de maneira mais rápida e a um grau que permita seu uso em armamentos. O governo iraniano nega ter finalidades bélicas em seu programa nuclear.
Em visita a Damasco, Velayati disse que, embora o Irã não tenha “nenhuma fé no governo americano, está pronto para conversas sobre seu programa nuclear”. Velayati afirmou que Teerã nutre suspeitas sobre a composição do grupo 5+1 (os cinco integrantes permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mais a Alemanha), mas que deseja resolver o impasse através do diálogo.
Ontem, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que Washington permanece “aberto ao compromisso” com o Irã, embora tenha acrescentando que o país tinha que “tranquilizar novamente a comunidade internacional, com palavras e ações, sobre qual é o objetivo do seu programa nuclear”.
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