O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, disse hoje que sua entidade ainda espera respostas oficiais de Estados Unidos, França e Rússia sobre o acordo nuclear firmado entre Irã, Turquia e Brasil. O texto prevê que Teerã envie urânio pouco enriquecido ao território turco, recebendo em troca combustível para seu reator na capital iraniana.

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Falando na abertura do tradicional encontro de junho do conselho de governadores da AIEA, que reúne 35 membros, Amano afirmou que ele havia enviado a proposta de acordo para Washington, Paris e Moscou. O documento foi recebido pela AIEA em 24 de maio. “Eu estou agora esperando as respostas deles, e nós continuaremos a nos consultar com todas as partes interessadas no assunto”, afirmou Amano.

EUA, França, a Rússia e a própria AIEA formam o chamado Grupo de Viena. Segundo diplomatas próximos da AIEA, esse grupo já elaborou uma resposta ao pacto iraniano e deve entregá-la em breve a Amano.

Sob um acordo mediado pela AIEA em outubro, os EUA, a Rússia e a França originalmente propuseram receber a maioria do estoque de urânio enriquecido do Irã. Em troca, enviariam combustível para o reator de pesquisas em Teerã, que produz isótopos para uso médico. O Irã, porém, recusou-se a fechar essa primeira proposta e por fim acabou firmando um acordo alternativo com o Brasil e a Turquia.

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As potências ocidentais até o momento têm criticado este acordo, afirmando que ele não faz o suficiente para impedir que o Irã utilize seu programa nuclear como uma fachada para produzir armas nucleares secretamente. O governo iraniano alega ter apenas fins pacíficos. As informações são da Dow Jones.