O ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse neste sábado que não vê os recentes ataques de mísseis dos EUA contra a Síria como uma mensagem para o Irã. Para ele, o Irã é um “país poderoso” que os EUA não podem prejudicar. A declaração foi dada três dias depois de ele se registrar para concorrer à presidência.

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Sua candidatura surpresa ainda deve ser aprovada pelas autoridades, mas já superou uma corrida que era esperada para ser conquistada pelo atual presidente, o moderado Hassan Rouhani.

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Ahmadinejad rejeitou sugestões de que o ataque norte-americano contra a Síria também poderia ser um aviso para seu país. “Não acho que seja uma mensagem para o Irã. O Irã é um país poderoso e pessoas como Donald Trump ou o governo dos Estados Unidos não podem ferir o Irã”, disse ele.

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Ahmadinejad atingiu um tom mais conciliatório durante a entrevista, tendo o cuidado de não suscitar controvérsia que poderia mexer com os eleitores ou autoridades clericais. Ele evitou repetir declarações inflamatórias que o tornaram mal visto no Ocidente, como as que preveem a morte de Israel ou questionam a escala do Holocausto. Ele evitou perguntas sobre questões como o programa de mísseis do Irã e a possível reação dos EUA e de Israel a outro mandato seu.

Como todos os candidatos, o ex-presidente deve ser aprovado por um poderoso órgão de supervisão constitucional conhecido como o Conselho Guardião antes que ele possa finalmente concorrer. O conselho, que é composto por clérigos e juristas islâmicos, normalmente desqualifica dissidentes, mulheres e reformistas.

A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou no início deste ano que estava colocando o Irã “em alerta”, em parte por causa de seus testes de mísseis balísticos, atacou na semana passada uma base aérea da Síria com mísseis, em resposta a um ataque de armas químicas. O Irã é o principal apoiador regional do presidente sírio, Bashar Assad, e está envolvido militarmente na guerra civil do país.

Ahmadinejad disse que o ataque dos EUA contra a Síria poderia ter acontecido mesmo se Hillary Clinton tivesse vencido as eleições americanas. Ele acrescentou que a decisão de atacar a Síria foi feita por pessoas nos bastidores nos EUA. Fonte: Associated Press.