O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, criticou o Judiciário do país pela prisão do ex-promotor do Irã e seu aliado Saeed Mortazavi, em meio a uma disputa política. Mortazavi foi preso ontem e transferido para a notória prisão iraniana Evin, onde muitos prisioneiros políticos e jornalistas foram detidos durante anos, de acordo com reportagens da imprensa. O escritório do promotor do Irã não forneceu qualquer razão para a prisão.

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Ahmadinejad chamou a prisão de uma “ação muito feia”, dizendo que procurará saber sobre a situação de Mortazavi, depois de retornar de sua viagem de três dias ao Egito, afirmou a agência oficial de notícias Irna.

Mortazavi foi suspenso em agosto de 2010 junto com outros juízes pela morte de três manifestantes contrários ao governo em uma prisão após o resultado da eleição presidencial de 2009, que reelegeu Ahmadinejad.

Uma investigação parlamentar acusou o ex-promotor de ser responsável por enviar manifestantes para Kahrizak, um centro de detenção no sul de Teerã, e pediu que ele fosse punido. O caso ainda está sob investigação.

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Mortazavi estava no centro de uma sessão parlamentar no último domingo, quando a inimizade entre o governo do Irã e o Parlamento se espalhou e Ahmadinejad acusou o presidente da Câmara, Ali Larijani, e a família dele de nepotismo e corrupção.

Larijani e os quatro irmãos dele, que ocupam posições importante no regime, formam uma das mais influentes famílias do Irã. O aiatolá Sadegh Larijani comanda o Judiciário.

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Ahmadinejad mostrou no domingo uma gravação na qual uma voz, que seria de Fazel, um dos irmãos Larijani, tenta, supostamente, subornar Mortazavi ao pedir um favor em troca de apoio político do Parlamento e do Judiciário.

Nesta terça-feira, Ahmadinejad renovou o ataque verbal, afirmando que “o Judiciário não é uma organização especial (para servir) uma família”, fazendo referência aos Larijanis. As informações são da Associated Press.