Todas as atenções da África do Sul estão voltadas para Ventensdorp, vilarejo de 2 mil habitantes no norte do país, onde hoje será enterrado Eugene Terreblanche, líder supremacista branco assassinado no sábado. Autoridades enviaram para a região, ontem, um reforço policial, ambulâncias e bombeiros. A Cosatu, maior central sindical sul-africana, convocou uma manifestação no local. “Não estou autorizada a dizer quantos policiais foram destacados, mas estamos preparados para tudo”, disse Adele Myburgh, porta-voz da polícia.
Durante a semana, a polícia teve de usar arame farpado para separar negros e bôeres, como são conhecidos os agricultores brancos. Os dois grupos insultaram-se diante do acanhado tribunal de Justiça da cidade. De um lado, os fazendeiros agitavam antigas bandeiras da África do Sul e cantavam o hino nacional no período do apartheid. Do outro, os negros responderam gritando “heróis”, quando os dois acusados de matar Terreblanche a pauladas passaram pelo local.
A polícia não revelou o nome dos dois negros, um de 15 anos e outro de 27. Ambos trabalhavam para o líder extremista e negam a autoria do crime.