O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, ordenou hoje uma investigação das mortes de seis pessoas em ataques das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já que há relatos conflitantes sobre se eles eram civis ou insurgentes.
Na segunda-feira, a Otan atacou uma casa na província de Sari Pul, no norte do país, matando seis pessoas e prendendo outras quatro. O governador da província, Sayed Anwar Rahmati, disse que os mortos eram civis, mas a Otan afirmou que eram insurgentes e o vice-chefe da polícia provincial informou que não havia provas de que eles não eram combatentes.
Karzai determinou que o governador investigue as mortes na operação militar, segundo um comunicado da presidência. Karzai frequentemente critica as forças lideradas pelos Estados Unidos pelas mortes de civis em operações militares, um tema bastante sensível no Afeganistão.
A tensão está em alta no país, após a morte de pelo menos 24 pessoas, incluindo sete funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma recente onda de protestos contra a queima, no mês passado, de um exemplar do Alcorão por um pastor nos EUA.
Também hoje, a polícia afegã informou que uma mulher morreu em um acidente rodoviário envolvendo as forças da Otan. Segundo a polícia, uma criança também ficou ferida. “Pessoas se reuniram no local do acidente e começaram a jogar pedras no comboio militar”, relatou um porta-voz. Ele disse que o comboio então deixou a área.
Há cerca de 130 mil soldados estrangeiros no Afeganistão, dois terços deles dos EUA, enfrentando a insurgência do Taleban. A retirada das tropas internacionais deve começar em julho, quando gradualmente o controle do país será passado às forças locais. As informações são da Dow Jones.