Afeganistão reclama de críticas da ONU sobre corrupção

O Ministério de Relações Exteriores do Afeganistão afirmou hoje que a autoridade máxima da Organização das Nações Unidas (ONU) no país se sobrepôs à autoridade do governo ao oferecer sugestões sobre como livrar o governo da corrupção e do militarismo. A crítica se refere ao diplomata norueguês Kai Eide, que se uniu a uma série de outros críticos internacionais, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Eles pediram aos governantes afegãos para tomar medidas concretas com objetivo de limpar o governo, depois que as eleições presidenciais foram canceladas por fraude.

Mas o comentário de Eide, chefe da missão da ONU no Afeganistão, fez com que o ministério reclamasse por ele ter “se excedido quanto às normas internacionais e em sua autoridade como representante de uma organização imparcial”. Na quinta-feira, Eide havia alertado que o governo afegão não assumiria que terá o apoio de doadores internacionais e de tropas se continuar aceitando a corrupção e acolher a administração de chefes militares.

Adrian Edwards, porta-voz da missão da ONU, disse hoje que Eide já havia feito um comentário similar antes, adiantando que o governo do Afeganistão deveria combater a corrupção e o reinado de líderes regionais, que geralmente detêm mais poder do que o governo. Ele ponderou ainda que a missão no país tem a incumbência das Nações Unidas para aconselhar. “Algumas vezes nossas sugestões não serão palatáveis, mas temos de dar sugestões de boa fé.”

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