A organização Médicos sem Fronteiras anunciou que retirou seus integrantes da cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, depois que um ataque aéreo destruiu um hospital e matou 19 pessoas. Os governos do Afeganistão e dos Estados Unidos prometem investigar a fundo as circunstâncias do ataque.
A cidade de Kunduz tem passado por uma grave crise humanitária, depois de ter sido tomada pela facção Taliban, e ter sido rapidamente retomada pelo governo, na semana passada. A cidade convive com lojas fechadas por causa dos combates em curso e estradas estão intransitáveis por conta de minas plantadas por insurgentes.
“Todos os pacientes em estado crítico estão sendo transferidos para outros centros de saúde, e não temos mais ninguém da equipe do MSF trabalhando em nosso hospital”, disse Kate Stegeman, gerente de comunicações para os Médicos Sem Fronteiras. “Alguns de nossos médicos foram trabalhar em dois hospitais para os quais alguns dos feridos foram levados”, completou.
As circunstâncias do incidente permanecem obscuros. A Médicos sem Fronteiras disse que todas as evidências apontam para as forças de coalização internacional como responsáveis pelo ataque. O coronel do Exército dos Estados Unidos, Brian Tribus, porta-voz das forças americanas no Afeganistão, relatou que ataque aéreo dos EUA na região de Kunduz, em torno de 2:15h de sábado (horário local), “pode ter resultado em danos colaterais para um centro médico nas proximidades”.
Oficiais do exército afegão disseram que helicópteros responderam a ataques de combatentes do Taliban que estavam escondidos no hospital, e um vídeo mostra a presença de armas automáticas, espingardas e pelo menos uma metralhadora no local atingido. No entanto, Stegman, da MSF, afirma que não havia integrantes do Taliban no hospital quando houve o bombardeio.
O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, disse que uma investigação conjunta com os EUA está em andamento, enquanto o presidente americano Barack Obama disse que esperava um relatório completo sobre as circunstâncias que cercaram o bombardeio. Fonte: Associated Press