Dançarinos, músicos e funcionários do setor de turismo cumprimentavam nesta sexta-feira (5) os viajantes na reabertura oficial do aeroporto internacional da Tailândia. O local ficou fechado durante uma semana por manifestantes contrários ao governo do primeiro-ministro Somchai Wongsawat. Porém, ainda há problemas para os turistas. O aeroporto internacional Suvarnabhumi funciona com cerca da metade de sua capacidade e muitos vôos foram cancelados.

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Para vários passageiros, prossegue a confusão iniciada em 25 de novembro, quando o principal aeroporto de Bangcoc foi tomado. Os manifestantes ocuparam, depois, um segundo aeroporto, que opera vôos domésticos. O cerco encerrado na quarta-feira prejudicou mais de 300 mil visitantes, cancelou centenas de vôos e trouxe sérios prejuízos para o setor de turismo, vital para o país. O aeroporto doméstico Don Muang reabriu ontem.

Nesta sexta, os viajantes eram saudados ao entrar no aeroporto internacional e cumprimentados por dançarinas tailandesas tradicionais e por comissários de bordo sorridentes. Havia música típica e foram distribuídos brindes. No entanto, para muitos estrangeiros seguia a frustração de não conseguir voltar para casa, já que a autoridade aeroportuária informou que demorará alguns dias para que o fluxo de vôos seja normalizado.

Nesta semana, a Corte Constitucional tailandesa determinou que o primeiro-ministro Somchai Wongsawat deixe o cargo. Somchai e outros executivos de três partidos governistas foram suspensos da política por cinco anos, o que forçou a queda do governo. Eles foram condenados por fraude eleitoral. Na próxima semana, o Parlamento deve definir quem será o novo primeiro-ministro. A dúvida é se o novo líder poderá solucionar a crise política do país.

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Rei tailandês

Em meio à instabilidade, o venerado rei Bhumibol Adulyadej não compareceu às celebrações de seu 81º aniversário. O príncipe disse que o monarca está “levemente doente”. O temor sobre a saúde do rei acrescenta um componente de instabilidade na política nacional. Havia expectativa de que o discurso anual de Bhumibol pudesse acalmar a situação e dissipar a crise.

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O país vive um período de instabilidade de três anos, quando começaram grandes protestos pela queda de Thaksin Shinawatra, então primeiro-ministro. Thaksin foi deposto em 2006 em um golpe militar, em meio a acusações de corrupção e de que não respeitava a monarquia.

Em dezembro de 2007, porém, partidários de Thaksin venceram as eleições. Com isso, os oposicionistas mantiveram a pressão sobre o governo. Cunhado de Thaksin, Somchai era acusado de ser um fantoche do ex-líder. O próprio Thaksin foi condenado por corrupção no país, mas alega que o processo é político e vive exilado na Grã-Bretanha.