O aeroporto internacional do Cairo é palco de cenas de caos e confusão hoje, com milhares de estrangeiros tentando fugir do Egito. Vários países estão enviando aviões para retirar seus cidadãos do território egípcio.
Com os nervos à for da pele, os passageiros gritavam e alguns chegaram até mesmo a entrar em luta corporal, enquanto milhares de pessoas se espremiam no terminal 3 do aeroporto do Cairo, tentando pegar um voo para casa. Numa tentativa de reduzir as tensões, o aeroporto parou de anunciar o horário dos voos, mas isso só aumentou a raiva com os voos cancelados ou atrasados. Por volta do meio-dia (horário local), um anúncio informou os passageiros dinamarqueses, alemães, chineses, britânicos e canadenses que seus governos haviam enviado aviões para retirá-los do país, dando início a uma correria nervosa na direção dos portões de embarque.
Para piorar a situação, os balcões de check-in contam com poucos funcionários, já que muitos empregados da EgyptAir não conseguiram chegar ao trabalho em razão do toque de recolher, que vai das 15h às 8h, e do colapso do tráfego em vários pontos da capital egípcia.
Um avião militar norte-americano pousou hoje no aeroporto de Larnaca, no Chipre, com 42 funcionários da embaixada e seus dependentes, que deixaram o Egito. James Ellickson-Brown, da embaixada dos Estados Unidos em Nicósia, disse que pelo menos mais um avião deve chegar ainda hoje com cerca de 180 pessoas, a maioria cidadãos norte-americanos. A secretária assistente de Estado norte-americana, Janice Jacobs, afirmou que serão necessários vários voos nos próximos dias para retirar os milhares de norte-americanos que querem deixar o Egito.
A EgyptAir retomou seus voos na manhã de hoje após uma interrupção de quase 14 horas, por causa do toque de recolher e dos problemas da tripulação para chegar ao trabalho. Em 20 horas, apenas 26 dos cerca de 126 voos da empresa foram realizados, segundo funcionários do aeroporto. De acordo com eles, a situação deve piorar na medida em que mais estrangeiros e egípcios tentam deixar o país. As informações são da Associated Press.