Investigadores russos reconheceram hoje que o advogado Sergei Magnitsky, detido por funcionários do Ministério do Interior após acusá-los de ter roubado US$ 230 milhões, morreu na cadeia por falta de tratamento médico. O Comitê Investigativo disse, pela primeira vez, que a falta de atendimento foi a “causa direta” da morte de Magnitsky, que tinha 37 anos.

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Magnitsky, que trabalhava para uma grande fundo de investimentos norte-americano, morreu na prisão em novembro de 2009 por causa de uma pancreatite não tratada. Ele havia sido detido por funcionários do Ministério do Interior a quem acusara de fraudar o Estado. “O descumprimento das ações estipuladas durante a prisão de Magnitsky e a falta de terapia adequada em 16 de novembro de 2009 privaram Magnitsky da possibilidade de um resultado positivo”, disse do Comitê Investigativo em comunicado.

O documento também diz que Magnitsky tinha cardiomiopatia, uma doença cardíaca, e que foi a combinação desta e outras doenças que causou sua morte. Vários funcionários prisionais foram demitidos, mas nenhum foi indiciado pela morte do advogado ou pelas supostas fraudes.

O Comitê Investigativo disse no comunicado que identificou os responsáveis pela morte de Magnitsky, mas vai divulgar os nomes posteriormente. A divulgação do documento ocorre um dia antes da publicação de um relatório de ativistas dos direitos humanos sobre a morte do advogado, que deve trazer as mesmas conclusões, mas deve ir mais longe na identificação dos culpados.

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Magnitsky havia sido acusado de sonegação de impostos ligada à defesa do Hermitage Capital Management, um fundo multibilionário liderado pelo empresário norte-americano William Browder. O Hermitage acusa funcionários do Ministério do Interior de terem apreendido documentos de propriedade de três subsidiárias em 2007. O grupo teria então usado os documentos para registrar seus integrantes como proprietários e diretores das subsidiárias. As informações são da Associated Press.