Adesão da Turquia à União Europeia ainda patina

A Turquia ainda não conseguiu convencer os líderes políticos a aceitar o país como membro da União Europeia (UE), apesar do papel central de Ancara na nova estratégia do bloco de abastecimento de energia – hoje o país assina com sócios europeus um tratado para a instalação de um gasoduto que reduzirá a dependência do fornecimento russo do gás da Geórgia.

Nas eleições para o Parlamento Europeu, há um mês, políticos fizeram campanha prometendo não aceitar a Turquia no bloco. Por anos, a Europa Ocidental usou diferentes argumentos para recusar a ideia de ter os turcos no mesmo grupo – insinuando até mesmo que um país de maioria muçulmana não teria lugar num bloco cristão. Há um mês, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, não hesitaram em emitir um recado duro: “A Europa precisa ter suas fronteiras”, rejeitando a adesão turca.

Cinco anos depois do lançamento nas negociações para a adesão da Turquia à UE, menos da metade da opinião pública turca é favorável à entrada no bloco. Segundo Hasam Selim Ozertem, da Organização Internacional de Pesquisas Estratégicas de Ancara, quando o processo de adesão foi oficialmente lançado, 80% dos turcos apoiavam a entrada do país para o bloco. “Hoje, há um sentimento de que esse processo não era sério”, disse.

Em 2004, 35 itens das negociações foram iniciados, sobre os mais diversos tópicos. Mas desde então, apenas um dos capítulos – o que trata de questões culturais – foi fechado.

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