O acordo entre gregos e credores alcançado no início da manhã desta segunda-feira em Bruxelas rechaça completamente a hipótese de redução do total da dívida externa da Grécia e acena apenas com um período de carência e o alongamento dos prazos de pagamento. Texto divulgado pela União Europeia à imprensa diz que autoridades gregas “reiteraram compromisso inequívoco para honrar obrigações integralmente”.

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O acordo firmado após 17 horas de negociação diz que “o Eurogrupo está pronto para considerar, se necessário, possíveis medidas adicionais” sobre a dívida grega. O texto cita nominalmente “possível ampliação do período de carência e período de pagamentos”. Nada mais. Apesar do desejo das autoridades gregas de negociar redução do total da dívida do país, o montante que Atenas deve aos credores não foi alterado.

“O Eurogrupo salienta que uma redução nominal na dívida não pode ser realizada”, diz o documento divulgado por Bruxelas. Ao mesmo tempo em que credores impuseram essa condição, o texto cita em seguida que “as autoridades gregas retiraram seu compromisso inequívoco em honrar suas obrigações financeiras com todos os credores integralmente e em tempo hábil”.

O documento também afirma que as eventuais medidas a serem tomadas sobre a dívida grega têm como objetivo garantir que “a necessidade de financiamento bruto do país permaneça em um nível sustentável”. A UE lembra que o eventual alongamento dos prazos é condicional e só será anunciado diante da “completa implementação das medidas acordadas em um possível novo programa e será considerado apenas após a primeira avaliação positiva do acordo”.

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Além de não conseguir a tão desejada redução da dívida, a Grécia concordou com o texto que acusa o próprio governo grego de ser o responsável pela piora das condições do país. “Há sérias preocupações quanto à sustentabilidade da dívida grega. Isto é devido à flexibilização das políticas nos últimos doze meses, o que resultou na recente deterioração do ambiente macroeconômico e financeiro”, diz o texto. “O Eurogrupo recorda que os Estados da zona do euro têm, ao longo dos últimos anos, adotado um conjunto notável de medidas de apoio à sustentabilidade da dívida da Grécia com a suavização do serviço da dívida e redução dos custos de forma significativa”.