O acordo nuclear do Irã irá reviver uma economia doméstica que tem lutado por uma década contra sanções e ajudar a aliviar as tensões políticas em uma região instável, disse o presidente iraniano, Hassan Rohani, em um discurso televisionado nacionalmente neste domingo.
“Temos de criar postos de trabalho e buscar a melhoria econômica”, disse Rouhani, no discurso proferido na véspera do aniversário de dois anos da sua inauguração, em 2013. “O crescimento econômico deve atingir 8%.”
“Os nossos princípios permanecem os mesmos sobre questões regionais, porém este acordo vai certamente criar um novo ambiente para chegar a uma solução política mais rapidamente para essas questões”, acrescentou.
O acordo foi fechado em 14 de julho em Viena entre o Irã e seis potências mundiais, incluindo os EUA.
Estabelecer relações com o Ocidente e remover sanções têm sido prioridades centrais para Rouhani, um moderado do meio conservador do Irã, que foi eleito com uma plataforma de melhoria econômica e melhores relações exteriores.
“Estava esperançoso para alcançar o sucesso e a vitória, mas é mais do que o que eu pensei que seria há dois anos”, disse.
O acordo nuclear fechado no mês passado impôs restrições sobre o programa nuclear do Irã, que o Ocidente suspeita há anos de tentar desenvolver armas nucleares, uma acusação que o Irã nega. Em troca, EUA, União Europeia e Nações Unidas concordaram em retirar as sanções econômicas contra o Irã.
No domingo, Rouhani salientou que o alívio nas sanções, que deve liberar dezenas de bilhões de dólares em ativos iranianos congelados no exterior, será investido em indústrias nacionais, em detrimento das importações.
A expectativa é de que a economia do Irã tenha crescimento de apenas 0,6% neste ano, de acordo com projeções mais recentes do Fundo Monetário Internacional. A economia cresceu 3% no ano passado, mas havia encolhido nos dois anos anteriores como resultado da intensificação das sanções, mostram dados do Fundo Monetário Internacional.
Quando aos conflitos na região, Rouhani disse que o acordo nuclear ajudaria a estabelcer relações mais próximas com os vizinhos e poderia ajudar a resolver os conflitos no Iêmen e na Síria.