O acordo nuclear do Irã vai entrar em vigor neste fim de semana, de acordo com autoridades iranianas e ocidentais, desencadeando a suspensão das sanções aplicadas contra o país e remodelando o cenário político e econômico do Oriente Médio.

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Espera-se que a Agência de Energia Nuclear das Nações Unidas (IAEA, na sigla em inglês) emita o certificado de que Teerã cumpriu com as obrigações do acordo fechado em julho com as potências globais, para reduzir significantemente seu programa nuclear.

Em troca, a maioria das sanções ocidentais começarão a ser retiradas, enviando dezenas de bilhões de dólares em dinheiro congelado do petróleo iraniano de volta ao país, e abrindo os mercados globais para centenas de milhares de barris de petróleo iraniano.

A Casa Branca afirmou que a implementação do acordo será um grande avanço na campanha dos Estados Unidos para interromper o avanço dos arsenais nucleares. Mas também representa riscos diplomáticos para os EUA e seus aliados médio-orientais – como Israel, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos -, de acordo com diplomatas e analistas.

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“Todos os países do mundo estão preocupados sobre isso”, disse o ministro de Relações Exteriores saudita, al-Jubeir, em Londres, nesta quinta-feira, referindo-se ao retorno de ativos congelados. “A preocupação da maioria dos países é que o Irã não use esses fundos para melhorar o bem-estar da população e, em vez disso, financie as atividades de desestabilização”.

Irã e Arábia Saudita passam por conflitos crescentes marcados por guerras na síria, Iraque e Iêmen. Diplomatas árabes temem que a liberação da economia do Teerã permita que líderes teocráticos iranianos exerçam um papel cada vez mais assertivo em suas regiões.

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Para marcar o esperado acordo, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitará Viena amanhã, onde se encontrará com o secretário de Estado do Irã, Javad Zarif, e a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini.

As sanções impostas ao Irã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) serão automaticamente suspensas quando a IAEA enviar ao conselho seu relatório final de que o país cumpriu com suas obrigações. Caso o Irã viole o acordo, a ONU pode reaplicar as restrições econômicas.

Empresas europeias e asiáticas estão ansiosas para ingressar no mercado iraniano de 80 milhões de habitantes e enormes reservas de petróleo e gás natural, além de uma população jovem e educada. Fonte: Dow Jones Newswires.