Deputados israelenses fecharam um acordo que permitirá que o primeiro-ministro Ehud Olmert, envolvido em um escândalo de corrupção, permaneça no poder por mais alguns meses. A votação prevista para esta quarta-feira (25), que dissolveria o Parlamento israelense, foi cancelada após o Kadima, partido do primeiro-ministro, ter se comprometido a realizar eleições internas em 25 de setembro.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, tinha dado até 25 de junho para que Olmert renunciasse. Porém, os dois chegaram a um acordo para impedir a antecipação de novas eleições. O primeiro-ministro concordou em convocar eleições primárias em seu partido, o Kadima, no máximo até 25 de setembro. Em troca, Barak, dirigente do Partido Trabalhista, retirou seu apoio a uma decisão adotada por sua legenda de votar a favor da dissolução do Parlamento.
O Partido Trabalhista é o principal parceiro do Kadima na coalizão que governa o país. Sem o partido de Barak, o governo perderia a maioria parlamentar. As eleições inicialmente estão previstas para 2010. Barak já afirmou que permanecerá no governo se Olmert for substituído por outro nome do Kadima.
A polícia israelense investiga milhares de dólares em doações feitas a Olmert antes de ele assumir o cargo de primeiro-ministro, em 2006. Olmert negou qualquer ilegalidade e prometeu renunciar caso seja indiciado. Contudo, o político sofre pressão para renunciar desde que o empresário americano Morris Talansky confessou ter enviado envelopes com mais de US$ 150 mil (R$ 247,5 mil) em dinheiro para Olmert. Segundo Talansky parte do valor foi usado para bancar os gostos extravagantes do primeiro-ministro. O empresário, porém, garantiu que nunca recebeu contrapartida pelas doações.
Olmert é investigado por uma série de outras alegações de corrupção, mas nunca foi acusado formalmente ou condenado em nenhum dos casos. Entre eles está uma investigação criminal por suspeitas em torno da compra de um imóvel em Jerusalém. Olmert teria comprado uma casa por preço muito abaixo do valor de mercado, levantando suspeitas de fraude e pagamento de subornos.