Acordo de paz até o fim do ano é meta realista, diz Rice

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, declarou neste domingo (4) em Ramallah que considera realista a meta de se obter um acordo de paz entre israelenses e palestinos até o fim de 2008, apesar de negociadores nos dois lados questionarem a viabilidade de se cumprir o prazo prometido em novembro do ano passado.

Rice fez o comentário numa entrevista coletiva conjunta concedida ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, que tem se manifestado cada vez mais pessimista quanto à possibilidade de um acordo de paz com Israel até o fim do ano.

Abbas acusa Israel de minar as negociações ao manter a expansão de assentamentos judaicos construídos em terras reivindicadas pelos palestinos para a fundação de seu futuro Estado e pela recusa israelense em remover centenas de postos militares que impedem a livre circulação de pessoas e mercadorias pela Cisjordânia.

Na coletiva concedida ao lado de Abbas, Rice pediu aos israelenses que não prejudiquem um acordo definitivo, numa referência às obras nos assentamentos judaicos. E numa rara crítica específica a Israel, Rice disse acreditar que Tel-Aviv poderia fazer mais para melhorar a vida dos habitantes da Cisjordânia.

Rice argumentou que gentilezas israelenses teriam "efeito genuíno" sobre a vida dos habitantes da Cisjordânia. "Estamos tentando observar não apenas a quantidade, mas a qualidade das melhoras", disse ela.

Numa conferência de paz realizada em novembro de 2007 nos Estados Unidos, Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, relançaram o processo de paz e estabeleceram dezembro de 2008 como data-limite para um acordo, mas as negociações têm sido prejudicadas pelos persistentes confrontos entre Israel e o Hamas em Gaza e pelas obras nos assentamentos.

Rice também encontrou-se hoje com a ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni. A chanceler israelense negou acusações de que o governo de seu país estaria expandido assentamentos judaicos com o objetivo de manter dentro de sua fronteira porções maiores da Cisjordânia depois de um eventual acordo. "Posso assegurar que Israel não tem nenhuma agenda oculta", disse ela.

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