Acidente com avião em Madri mata 153 pessoas, diz ministra

Cento e cinqüenta e três pessoas morreram no acidente ocorrido nesta quarta-feira com um avião bimotor MD-82 da companhia aérea Spainair, no aeroporto madrilenho de Barajas. Foi o pior desastre aéreo na Espanha em mais de 20 anos A aeronave com 172 pessoas, segundo a empresa Spainair, que seguiria para as Ilhas Canárias, saiu da pista quando tentava decolar, bateu e se incendiou.

Houve apenas 19 sobreviventes do acidente ocorrido por volta das 14h45, horário local, informou a ministra do Desenvolvimento, Magdalena Alvarez. Ela disse que as investigações preliminares descartam a hipótese de um atentado e indicam que foi mesmo um acidente. Essa pasta é responsável no país pela aviação civil.

Um policial relatou que os corpos estavam tão quentes que era quase impossível tocá-los. A fonte informou ainda ao jornal El País que havia tanta destruição no avião que era difícil reconhecer a aeronave. “Eu nunca havia visto algo assim na minha vida”, disse o motorista de ambulância Luis Ferreras ao diário.

Dezenas de ambulâncias se dirigiram ao local, enquanto colunas de fumaça tomavam os ares. O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero interrompeu suas férias no sul do país e foi para Madri, seguindo direto para o aeroporto.

O avião JK5022 seguiria para Las Palmas, durante o auge da temporada de verão européia. Porém a aeronave arremeteu para a direita, bateu e desfez-se em vários pedaços. Segundo testemunhas, o motor esquerdo da aeronave se incendiou e o fogo tomou conta da cabine quando o avião estava prestes a decolar.

O porta-voz da Spanair, Sergio Allard, disse em entrevista coletiva que a causa do acidente não estava clara. A empresa se recusou a fornecer as nacionalidades das vítimas, alegando que precisava primeiro notificar pessoas próximas às vítimas, e também não quis fornecer o número de mortos. O vôo era compartilhado com a companhia aérea alemã Lufthansa.

Segundo o El País, a decolagem do avião havia sido atrasada em uma hora, por causa de problemas técnicos. Depois disso a aeronave partiu, e ainda ergueu-se um pouco acima do solo, porém bateu perto do fim da pista, segundo um funcionário da autoridade aeroportuária espanhola.

Os bombeiros de Madri precisaram de mais de duas horas para apagar o incêndio.

O porta-voz da Boeing, empresa responsável pelos aviões da MD, Jim Proulx, disse que a companhia americana enviará pelo menos um especialista a Madri para ajudar nas investigações do acidente, assim que receber um convite para tal das autoridades espanholas. “Nós estamos prontos a providenciar assistência técnica,” ele disse.

Os aviões da série MD-80, criados pela indústria de aviões McDonnell Douglas dos EUA em 1979, derivam do antigo DC-9 e foram produzidos até 1999. Em 1996, a Boeing comprou a McDonnell Douglas.

Trata-se do mais grave acidente aéreo ocorrido na Espanha nos últimos 23 anos. Em fevereiro de 1985, 148 pessoas morreram na queda de um avião em Bilbao. Antes do acidente desta quarta-feira, 42 pessoas haviam perdido a vida em acidentes aéreos no país no decorrer da última década.

O pior desastre aéreo da história da Espanha ocorreu em 27 de março de 1977, quando a colisão de dois aviões em Tenerife resultou na morte de 583 pessoas.

As informações são da Associated Press.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna