Acaba pacto de desarmamento nuclear de Rússia e EUA

Um tratado sobre o controle de armas nucleares, assinado no final da Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia, vence hoje. Ainda assim, as principais cláusulas devem continuar em vigor, enquanto negociadores dos dois países trabalham nos detalhes finais do tratado que vai substituir o atual.

Nem EUA, nem Rússia preveem problemas de segurança com o vencimento do Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start, na sigla em inglês). O acordo assinado pelo presidente soviético Mikhail Gorbachev e pelo presidente George H.W. Bush, em 1991, exigia que cada país reduzisse as ogivas nucleares em pelo menos um quarto, para cerca de 6 mil, e implementasse procedimentos para verificar que cada parte estava cumprindo o acordo.

Hoje, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia disse em comunicado que o trabalho na preparação de um novo acordo para ser assinado está quase concluído. O ministério afirmou que o novo tratado se tornaria “outro marco no desarmamento e não proliferação e marca um movimento rumo a um grau maior de cooperação entre Rússia e Estados Unidos”.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e o colega russo, Dmitry Medvedev, inicialmente haviam definido a data do vencimento como meta para conclusão das negociações. No entanto, negociadores de EUA e Rússia haviam desistido há meses de ratificar e colocar um novo acordo em vigor antes do vencimento, às 22h de hoje (de Brasília). A ratificação de um novo acordo pelo Congresso norte-americano e a Duma russa provavelmente vai demorar meses.

O governo Obama gostaria de uma conclusão rápida para demonstrar uma melhora nas relações EUA e Rússia, e para ganhar força para outros objetivos de controle de armas e não-proliferação. Washington também busca cooperação em questões que incluem conter as ambições nucleares do Irã. Já a Rússia tem menos incentivos para um acordo imediato.

Em julho, Obama e Medvedev concordaram durante encontro em Moscou para cortar o número de ogivas nucleares que cada um possui entre 1.500 e 1.675 dentro de sete anos, como parte de um novo tratado amplo.

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