Um tribunal australiano reconheceu nesta quarta-feira o direito à propriedade de uma comunidade aborígine com cerca de 30 mil quilômetros quadrados, uma extensão comparável à da Bélgica.
A comunidade Mudburra-Jingili iniciou em 2000 o processo legal para reivindicar seus direitos sobre um território considerado sagrado perto da cidade de Tennant Creek.
O juiz Bruce Lander reconheceu o direito de acesso incondicional da comunidade aborígine à área para caçar e realizar seus rituais ancestrais.
“Esta terra é importante para mim, é de onde vêm as histórias da minha mitologia”, declarou ao canal “Notícias 9” Stephen Roberts, um dos aborígines que defendiam a causa.
Apesar do veredicto emitido pelo juiz Lander, os rebanhos de gado da região poderão continuar suas atividades, embora a partir de agora seja preciso consultar os proprietários tradicionais das terras para que isto seja feito.
Em maio, outro tribunal australiano decidiu em favor de uma comunidade aborígine e reconheceu o direito à propriedade de uma área de cerca de 68 mil quilômetros quadrados
Em 1992, a Austrália reconheceu legalmente a presença dos aborígines antes da chegada dos europeus no século 18, e um ano depois, aprovou a Lei do Título Nativo, que assegura a essas comunidades os direitos sobre territórios com os quais têm um vínculo ancestral.
Atualmente, a população aborígine representa pouco mais de 2% dos 22 milhões de habitantes da Austrália.