O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse hoje que recusa o vínculo entre o conturbado processo de paz no Oriente Médio e a oferta dos Estados Unidos de fornecer mais auxílio militar a Israel. “Nós recusamos a permitir que a oferta de aviões seja vinculada a qualquer forma ao congelamento nos assentamentos”, disse Abbas, em entrevista ao jornal árabe Asharq Al-Awsat. Os assentamentos israelenses em territórios ocupados são a principal fonte de divergência entre os dois lados, pois os palestinos querem essas terras como parte de seu futuro Estado independente.
“Nós não temos nada a ver com isso. Essa é a nossa posição e não irá mudar”, disse Abbas, insistindo que é necessário haver uma renovação da moratória em construções em assentamentos, antes da volta às conversas diretas de paz com Israel. Os Estados Unidos são um aliado de Israel e nós não podemos evitar isso”, disse o líder palestino. “Mas deixe que o auxílio deles seja levado para longe das negociações de paz palestinas e não seja usado como um pretexto para dar mais armamentos a Israel”, afirmou Abbas.
Israel concordou em analisar uma proposta para decretar uma nova moratória, em troca de um pacote de incentivos que incluiria 20 aviões de combate. Washington pretende levar os dois lados de volta à mesa de negociações. As negociações diretas de paz foram reiniciadas em 2 de setembro, mas ruíram três semanas depois, após o fim da moratória de dez meses de Israel nas construções em assentamentos nos territórios ocupados.
Ataques
Ataques aéreos israelenses atingiram duas cidades na Faixa de Gaza hoje, ferindo cinco pessoas, segundo o Exército israelense e fontes médicas palestinas. Um porta-voz dos serviços médicos em Gaza, área administrada pelo Hamas, disse que quatro dos feridos tinham ferimentos leves. Não foi informado o estado de saúde do quinto ferido, uma mulher, mas aparentemente ele também não é grave.
O Exército de Israel informou que atingiu “locais ligados ao terror”, sem dar detalhes sobre os alvos. Em comunicado, os militares israelenses afirmaram que a ação foi uma resposta ao disparo de foguetes em comunidades do sul de Israel. O Exército afirmou que militantes palestinos dispararam 10 morteiros e foguetes no sul israelense nos últimos dois dias. Não houve feridos por esses ataques. As informações são da Dow Jones.