O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu nesta manhã um pedido veemente de ajuda à implementação da paz no Oriente Médio. O pedido partiu do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para quem Lula pode ter uma participação ativa nesse processo.

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“Vossa Ex. conquistou a admiração internacional, é muito capaz. Necessitamos da sua ajuda. Precisamos que o senhor assuma esse papel (de mediador), pois está preparado para isso”, disse Abbas ao se encontrar com Lula em Salvador.

Em resposta, o presidente brasileiro condenou a situação de conflito que envolve palestinos e israelenses e afirmou que o Brasil prega o diálogo e tem interesse em participar mais firmemente das discussões pela paz. Lula defendeu a persistência contra o conformismo e observou que “não é possível que os interesses de uma minoria sobreponham aos interesses gerais”.

Segundo Lula, se for realizada uma pesquisa em todo o mundo sobre a opinião das nações em relação aos problemas políticos no Oriente Médio, “mais de 80% se manifestarão favoráveis à paz. Então, se todo o mundo quer a paz, o que precisa ser feito é um trabalho coletivo em favor da paz”, defendeu, observando que não pode haver supremacia nesse assunto.

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“Todos os governos devem colocar esse tema entre as suas prioridades”, pregou o presidente brasileiro, que ainda condenou a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina ressaltou que o Brasil é um bom exemplo por ter aprendido a conviver com as diferenças “sem olhar cor, sexo ou religião”.

Apoio

Mahmoud Abbas chegou à Bahia ontem à noite para se encontrar com Lula, dando a assim a largada em uma ampla viagem pela América Latina, em busca de apoio à criação do Estado Palestino.

Seu primeiro compromisso oficial foi uma reunião com vários embaixadores de países árabes. Hoje, após seu encontro com Lula, ele ofereceu um almoço em um restaurante da capital baiana para a comunidade palestina.

Ainda pela manhã houve a assinatura de um termo de cooperação técnica. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil já vem contribuindo financeiramente com os palestinos e o acordo assinado pela manhã com o embaixador Ibrahim Al Zeben apenas ampliará essa participação para outros setores como a agricultura e o esporte.