Vaticano

A lista dos mais cotados à sucessão de Bento XVI

O cardeal italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, e o brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, entraram hoje na Capela Sistina como os dois favoritos na eleição que definirá o sucessor de Bento XVI.

 

Mas a lista de papáveis é muito mais ampla e inclui cardeais do Canadá, da Hungria, de Gana e dos Estados Unidos, além de outro brasileiro, João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília. Saiba um pouco mais sobre cada um deles:

 

Angelo Scola, 71 anos, é o principal candidato italiano. Especialista em teologia moral, foi transferido em 2011 de Veneza para Milão, onde é arcebispo, pelo então papa Bento XVI. A decisão foi vista, por especialistas, como um sinal de aprovação.

Odilo Scherer, de 63 anos, é o principal candidato da América Latina. Arcebispo da maior arquidiocese do Brasil, a de São Paulo, ele é um conservador para os padrões brasileiros, mas em outros lugares é visto como um cardeal moderado.

João Braz de Aviz, de 65 anos, um dos cinco eleitores brasileiros no conclave, era arcebispo de Brasília quando Bento XVI o nomeou prefeito da Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica. É o responsável pelas ordens e congregações, masculinas e femininas, que têm cerca de 1,2 milhão de membros no mundo.

Marc Ouellet, de 68 anos, natural do Quebec, no Canadá, apesar de favorito, chegou a afirmar, em 2010, que “ser papa seria um pesadelo”. É prefeito da Congregação para os Bispos e o responsável pela Pontifícia Comissão para a América Latina, órgão da Cúria Romana que estuda os problemas relativos à vida e ao desenvolvimento da Igreja na América Latina. Por causa desse trabalho, tem um bom trânsito entre os cardeais do continente.

Peter Erdö, de 60 anos, é arcebispo de Esztergom-Budapeste e visto como uma pessoa que poderia trazer a mensagem de renovação. Foi durante muito tempo o cardeal mais jovem da Europa e hoje prega contra a secularização e tem relação próxima com a África. Proclamado cardeal em 2003 por João Paulo II, primeiro papa oriundo de um país da extinta União Soviética, Erdö é visto como um líder em potencial para estreitar os laços com as Igrejas ortodoxas. Fluente em sete línguas, presidiu por seis anos o Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

Peter Turkson, de 64 anos, cardeal ganense, foi alavancado logo após o anúncio da renúncia de Bento XVI pelas casas de apostas britânicas. Mas declarações polêmicas sobre o homossexualismo e a expansão do islamismo na Europa reduziram a chance de a Igreja Católica escolhê-lo como primeiro papa negro da história.

Sean O’Malley, de 68 anos, arcebispo de Boston, tem como características marcantes a posição firme pela punição de responsáveis por abusos sexuais na Igreja, a facilidade de comunicação com os jovens, com o uso pioneiro das mídias sociais para evangelização, e a simplicidade de quem usa até hoje o uniforme da ordem dos frades capuchinhos.

Timothy Dolan, de 63 anos, arcebispo de Nova York, foi chamado pela papa João Paulo II de “arcebispo da capital do mundo”. Por vaticanistas, foi apresentado como o “candidato que representa o impulso na direção da purificação” por ter se destacou nas reuniões pré-conclave ao pedir mais transparência da Igreja.

Gianfranco Ravasi, 70 anos, italiano, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura do Vaticano, é um acadêmico erudito com um toque de modernidade – justamente a combinação que muitos católicos consideram ideal para ressuscitar uma Igreja sob pressão pelos escândalos e contração do seu rebanho. É também a esperança entre os católicos italiano que desejam ver a volta de um compatriota no Trono de Pedro.

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