Brasília, 14 (Agência Brasil ? ABr) ? A paternidade da nanociência é atribuída ao cientista norte-americano Richard Feynmann, premiado com o Nobel de física em 1965. A palestra “Há muito espaço lá embaixo”, proferida por ele no encontro anual da American Physical Society, em dezembro de 1959, lançou os fundamentos dessa nova ciência. Mesmo entre seus pares, o físico causou espanto ao falar sobre coisas em pequenas escalas e ao propor: “Por que não podemos escrever todos os volumes da Enciclopédia Britânica na cabeça de um alfinete”.
Em sua argumentação, Feynmann explicou que “a cabeça de um alfinete tem uma dimensão linear de 1/16 de polegada. Se for ampliada em 25 mil diâmetros, a área da cabeça do alfinete será equivalente às páginas da enciclopédia. Então, tudo que é preciso fazer é reduzir o tamanho de tudo o que está na enciclopédia 25 mil vezes”.
Como os conhecimentos da época não permitiam o avanço dessas teorias, as nanotecnologias ficaram esquecidas até que em 1992, Eric Drexler propõe ao senado norte-americano a produção de objetos a partir de moléculas, manipulando átomos. Essa teoria colocou a nanotecnologia no centro das discussões científicas que culminou com a criação da Iniciativa Nacional de Nanotecnologia (NNI, da sigla em inglês) pelo governo americano, em 2000 (www.nano.gov). Esse programa objetiva a associação multidisciplinar de esforços para o desenvolvimento da nanociências. Para isso foram destinados US$ 422 milhões em 2001, US$ 604 milhões serão injetados esse ano e US$ 710 milhões estão previstos para 2003. (Hebert França, com informações da Scientific American)