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A astronauta sem espaço

Em 1961, Jerrie Cobb foi a primeira mulher dos EUA a passar nos testes físicos e se tornar astronauta. Tornou-se um símbolo na luta por igualdade de gênero, mas nunca foi ao espaço. Em vez de mandá-la em missão espacial, a Nasa (agência espacial americana) a transformou em consultora. O mais perto que ela chegou das estrelas foram as sessões de fotos dentro de uma cápsula espacial, usadas como propaganda pelo governo.

Quando a soviética Valentina Tereshkova enfim tornou-se a primeira mulher no espaço, em 1963, Jerrie não segurou a irritação. “Acho que sou a consultora menos consultada de uma agência do governo”, declarou, com menos de um ano de emprego. Uma semana depois, foi desligada do programa espacial.

E m 1997, em sua autobiografia Jerrie Cobb, Solo Pilot, ela fez uma reflexão sobre os seus anos na Nasa. “Meu país, minha cultura, não estavam preparados para permitir que uma mulher fosse enviada para o espaço”, escreveu.

Quando Neil Armstrong deu os primeiros passos na Lua, em 1969, ela tinha capacitação para formar parte do time. Mas estava na floresta amazônica pilotando aviões com ajuda humanitária – trabalho que lhe rendeu homenagens dos governos de Brasil, Colômbia, Peru e Equador, além de uma indicação ao Nobel da Paz, em 1981. “Eu daria minha vida para poder voar no espaço”, disse Jerrie, em 1998.

Ela morreu aos 88 anos, na Flórida, no dia 18 de março. Sua morte foi anunciada apenas na quinta-feira pelo jornalista Miles O’Brien, porta-voz da família.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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