O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) está levando ajuda a centenas de mulheres e crianças que sobreviveram a uma jornada de 200 quilômetros de caminhada para fugir de uma cidade bombardeada por aviões e helicópteros no oeste do Sudão, disse uma porta-voz da entidade em Genebra hoje. Os cerca de 1.500 refugiados da região de Darfur fizeram a viagem de 200 quilômetros a pé e no lombo de mulas.
Os fugitivos estão com dificuldade para encontrar comida e abrigo desde que chegaram à vizinha República Centro-Africana, disse Jennifer Pagonis, a porta-voz do Acnur. Os refugiados disseram a funcionários da ONU que a cidade de Dafak, onde viviam, sofreu uma ofensiva de milicianos Janjaweed entre 12 e 18 de maio. A cidade, situada no sul de Darfur, foi bombardeada por aviões e helicópteros, disse a porta-voz. "Houve mais bombardeios enquanto nós fugíamos", relataram os refugiados, citados por Pagonis. "Eles não querem retornar a Darfur enquanto não houver garantias de segurança.
Mais de 200 mil pessoas morreram e cerca de 2,5 milhões foram obrigadas a fugir em quatro anos de conflito em Darfur. A violência começou quando integrantes de tribos africanas da região pegaram em armas e rebelaram-se contra o governo sudanês. As tribos africanas queixam-se de décadas de negligência e discriminação. O governo iniciou então uma contra-insurgência durante a qual uma milícia árabe pró-Cartum cometeu atrocidades contra a comunidade africana.