Um grupo de mulheres de militares conseguiu chegar à rampa do Palácio do Planalto para fazer um protesto por reajuste salarial para as Forças Armadas. Elas surpreenderam a segurança do Palácio, ao descer de um ônibus de turismo, que parou em frente ao Planalto. A segurança não teve tempo de fazer nada para impedir, a não ser mandar o ônibus ir embora com as poucas manifestantes que ficaram dentro, sob protestos de quem conseguiu descer. As que conseguiram descer reagiram jogando água.
A coordenadora da União Nacional das Esposas dos militares das Forças Armadas, Ângela Lutz, contou qual foi o plano traçado para enganar a segurança presidencial. "Nós chegamos no ônibus, abaixadas, em silêncio. Mandamos o motorista parar em frente à rampa e descemos correndo, para que eles não tivessem chance de nos impedir", explicou Ângela.
A manifestação durou cerca de 20 minutos. Com tambores, apitos e panelas, as 50 mulheres tentavam chamar a atenção de quem estava dentro do Palácio, para as faixas que exibiam, com os seguintes dizeres: "Queremos mensalão", "Brasil acima de tudo, impeachment Já". Elas também pediam pagamento de 23% de reajuste nos soldos dos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Segundo as manifestantes, o reajuste foi prometido pelo governo federal no início deste ano, pelo ex-ministro da Defesa José Viegas.
Ângela Lutz informou que estão em Brasília mais de 100 mulheres de militares da capital federal, Anápolis e de Goiânia. Segundo ela, o objetivo da manifestação foi alcançado. "Nós já estivemos hoje na Marinha e vamos continuar protestando", disse. As integrantes do movimento das esposas de militares estão acampadas há 44 dias na Esplanada dos Ministérios.