A Polícia Civil de Ponta Grossa (PR) prendeu ontem uma mulher acusada de atuar como médica em um hospital da cidade sem possuir autorização para o exercício profissional. Ela também é acusada de falsidade ideológica por assinar receitas com o nome de uma médica de Curitiba, utilizando o número do registro dela no Conselho Regional de Medicina (CRM).
A denúncia à polícia e ao Ministério Público Estadual foi feito pela médica curitibana, que recebeu a informação sobre sua suposta atividade em Ponta Grossa de farmacêuticos. Ontem, dia em que a suposta falsa médica fazia plantão no hospital, o flagrante foi armado. O marido da curitibana, que também é médico, apresentou-se como paciente e saiu com uma receita.
Mesmo informada de que a verdadeira proprietária do CRM e do nome que ela usava estava na sala ao lado, a mulher negou-se a dar seu nome verdadeiro. Só hoje ela disse se chamar Karen Isabella Rogoni Markuesi, nome que a polícia ainda investiga. O promotor de Justiça Fuad Faraj disse que ela dava plantão no hospital havia pelo menos seis meses, atendendo cerca de 30 pessoas. O pagamento por consulta era de R$ 30. Ela também fazia visita aos pacientes internados.
O MPE está levantando o nome dos pacientes atendidos por Karen e todos os que faleceram no período em que ela esteve trabalhando. Segundo Faraj, o hospital pode ser obrigado a pagar indenizações. A direção do Hospital Cidade divulgou uma nota em que afirma que desconhecia qualquer irregularidade no CRM, "que desabonasse a conduta profissional e ética da médica acusada".