Uma francesa de 38 anos, mãe de dois bebês encontrados mortos por seu marido no congelador de sua casa, há três meses, em Seul (Coréia do Sul), foi presa ontem, depois de confessar que estrangulou e congelou as crianças. Ela também admitiu ter matado um terceiro filho, na França, em 1999. Os motivos dos crimes ainda não foram revelados. A criminosa pode pegar prisão perpétua. O pai das crianças – engenheiro de uma multinacional dos EUA – poderá ser incriminado como cúmplice.
Os bebês de Véronique Courjault foram descobertos por seu marido Jean Louis Courjault, em julho, quando ele abriu o freezer da casa onde moravam e encontrou os corpos das crianças. Na ocasião o casal morava em Seul. Jean Louis trabalhava para a empresa automobilística americana Delphi.
Numa tentativa de enganar a polícia, o casal – que tem dois filhos de 10 e 11 anos – alegou não ter qualquer parentesco com as crianças mortas. Dois meses depois – ainda com as investigações em andamento – Véronique e Courjault voltaram a Tours (centro da França). Na última segunda-feira, quando passaram a ser interrogados pela polícia francesa, ambos sustentaram a mesma história. Porém, testes de DNA revelados ontem confirmaram que os recém-nascidos eram filhos do casal.
Desmascarada pelos exames, Véronique confessou os crimes. Segundo ela, as crianças foram mortas entre 2002 e 2003. Questionada sobre como matou os filhos, ela revelou que os estrangulou com as próprias mãos. Depois, escondeu os corpos no freezer. "Não sei o que ocorreu comigo. Tive uma sensação de poder", limitou-se a dizer
Para espanto dos investigadores, Véronique também acabou confessando ter morto um primeiro filho recém-nascido, na França em 1999. O bebê, segundo ela, foi estrangulado e queimado no jardim da residência de veraneio do casal.
A francesa inocentou o marido, dizendo que dissimulava a gravidez usando roupas largas, e que matou as crianças ao dar à luz em sua própria casa. Courjault sustentou a versão da mulher. Alegou não ter encontrado os corpos antes porque quase nunca abria o freezer, pois ‘viajava muito a trabalho.
Embora ainda não haja provas contra Courjault, o promotor Philippe Varin espera que novas investigações, feitas em Seul com a colaboração da polícia sul-coreana, possam esclarecer os motivos do crime. Véronique foi acusada por triplo homicídio. De acordo com familiares da francesa, pelo menos com os dois filhos vivos, ela era ‘reservada, mas uma mãe carinhosa’.