O crime cada vez mais comum de extorsão por telefone com a simulação de um falso seqüestro levou uma americana que vive em São Paulo a dirigir até o Rio, nesta madrugada, pensando que seu filho estava nas mãos de criminosos. A professora Vicki Mastrandrea Justi, de 59 anos, foi acordada por bandidos que diziam ter seqüestrado seu filho de 30 anos. Eles exigiam que Vicki viajasse até o Rio para entregar dinheiro e celulares em troca da libertação do rapaz. A americana acreditou no trote e pegou a estrada por volta de 1h30. Ela chegou ao Rio pela manhã, quando foi interceptada por policiais cariocas. Só então foi convencida de que se tratava de mais um caso de golpe.

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Vicki, que mora em Indianápolis, na zona sul de São Paulo, dirigiu até o Rio sem desligar o celular. Segundo a polícia do Rio, ela foi orientada pelos bandidos durante toda a viagem. A vítima chegou a parar num hotel da Rodovia Presidente Dutra, que liga as duas capitais, para carregar o telefone e continuar falando com os criminosos. A professora trazia no carro, sob orientação dos bandidos, dinheiro e jóias para o pagamento do suposto resgate.

Um dos pedidos dos criminosos era que ela levasse até um ponto de encontro sete aparelhos de telefone celular habilitados. Seguindo orientação dos bandidos, Vicki foi a uma loja do Madureira Shopping, na zona norte da cidade, para comprar os aparelhos. Como estava muito nervosa, ainda na linha com os supostos seqüestradores, os vendedores da loja ficaram desconfiados de que a compra estava ligada ao golpe do disque-extorsão e acionaram a Polícia Militar.

Policiais do batalhão local (9º BPM) que estavam de plantão numa cabine da Estrada do Portela, perto do shopping, seguiram Vicki quando ela, sob a orientação dos bandidos, se dirigia para a Estrada do Sapê, em Turiaçu. Eles a interceptaram e só conseguiram convencê-la de que se tratava de um trote quando localizaram o filho dela por telefone. Ele permanecia em São Paulo. Os policiais militares chegaram a falar com os bandidos no telefone, que teriam se identificado como integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). No entanto, a informação não foi confirmada pela Polícia Civil, que investigará o caso.

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