São Paulo (AE) – O caso Serginho, que completou uma semana nesta quarta-feira, está longe de ser esclarecido. Dirigentes do São Caetano, sob suspeita de negligência, só admitiram que sabiam da doença do jogador apenas dois dias após a morte do zagueiro. Depois, entraram em conflito com Incor sobre exames a que Serginho havia sido submetido. E até entre os familiares do atleta há muita contradição sobre o caso.
Serginho sofreu parada cardiorrespiratória aos 14 minutos do segundo tempo do jogo São Paulo e São Caetano, dia 27 no Morumbi. A impressão de que havia alguma coisa errada é simultânea à queda do atleta. “O Ânderson Lima passou correndo por mim, dizendo que o Serginho tinha problemas no coração”, afirmou Grafite, o jogador que estava mais perto de Serginho na hora da queda.
Após o jogo, Ânderson e o goleiro Sílvio Luiz confirmaram que Serginho havia feito exames que acusavam problemas no coração. “Havia 1% de chances de ele morrer”, disse Sílvio Luiz.
O presidente do Azulão, Nairo Ferreira de Souza, desde a primeira hora, negou problemas com Serginho. Apenas na sexta-feira, dia 28, assumiu publicamente o que todos desconfiavam: o São Caetano sabia dos problemas de Serginho.
Marcelo Robalinho, Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva, empresários, entraram em cena e explicaram que Serginho precisou fazer um segundo exame cardiovascular no início do ano. “Talvez por ele ter feito um segundo exame, os jogadores tenham dito que ele tinha problema no coração. Mas, foi passado a Serginho que estava apto a jogar futebol”, disse, no sábado, dia 30, Marcelo Robalinho.
E quem disse a Serginho que ele estava apto a jogar? A assinatura no laudo médico enviado à CBF, junto do contrato do jogador, é de Paulo Forte, médico do clube. Forte culpa o Incor pela liberação do jogador. “O Serginho fez ressonância magnética e cateterismo; não houve conclusão de que ele deveria parar.” David Uip, diretor do Instituto, rebateu Forte na segunda-feira. Disse que cabe ao Incor fazer exames, entregar resultados e não determinar a conduta do paciente. E promete processar quem atingir o nome do Incor.
A família de Serginho está dividida. Pais e irmãos pensam em processar o clube. Helaine, sua esposa, fala em “fatalidade”. A 34ª DP abriu inquérito e já colheu depoimentos de envolvidos no caso.
Muitas contradições sobre a morte do jogador Serginho
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