Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (6) que as mudanças na lei cambial, a serem anunciadas na próxima semana, deverão beneficiar "a maior parte dos exportadores". O governo quer beneficiar aqueles que, além de vender produtos nacionais para outros países, compram no exterior, sem, entretanto, por fim à cobertura cambial ? a obrigatoriedade que hoje o empresário tem de trazer para o país, convertendo para o real, o resultado das suas vendas em dólar.
A idéia é que possa ficar lá fora apenas o valor correspondente ao que o empresário gastará em dólar com compras e dívidas. "Queremos beneficiar a maioria, facilitar a vida da maior parte dos exportadores e diminuir a pressão do dólar sobre a economia brasileira", afirmou Mantega.
Entretanto, o governo quer ter a segurança de que, em momentos de escassez de dólar no mercado interno, poderá trazer para o Brasil o dinheiro deixado lá fora. Por isso, os técnicos estudam incluir na nova lei termos que garantam ao Conselho Monetário Nacional (CMN) o poder de controlar a cobertura cambial.
O governo analisa também maneiras para que as facilidades oferecidas aos empresários não resultem em perda do controle sobre a cobertura cambial. "Queremos flexibilizar, porém, sem perder o controle, porque hoje a situação é confortável. O Brasil hoje é um exportador e acredito que vai continuar assim, mas nunca se sabe", comentou o ministro.