O Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) mudará para a nova sede quando a nova rede de esgoto ficar pronta e a Secretaria de Estado da Saúde concluir as adequações na estação de tratamento de esgoto. A informação é do diretor geral do Lacen, Marcelo Pilonetto, que prevê a transferência dos equipamentos para a nova sede no mês de outubro.
Segundo Marcelo Pilonetto, a nova rede de esgoto foi construída para que os efluentes do Lacen não sejam mais despejados na bacia do rio Pequeno, mas na bacia do rio Itaqui. ?Estas mudanças estão sendo acompanhadas e orientadas por técnicos da Sanepar e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), para que não haja nenhum prejuízo ao meio ambiente?, esclareceu Pilonetto.
Enquanto espera a mudança para o novo prédio, o Lacen vem atendendo a toda a demanda de exames das Regionais de Saúde, da Promotoria do Estado e das vigilâncias sanitárias na sede atual. ?Não há nenhum prejuízo no atendimento à população?, assegurou o diretor geral do Laboratório Central.
Marcelo Pilonetto explicou também que o planejamento da mudança do Lacen para o novo prédio é complexo, pois os equipamentos em funcionamento na sede atual têm que ser transferidos para a nova sem que haja prejuízo na realização dos exames. ?Não é possível interromper os serviços devido à importância das análises realizadas no Laboratório Central?, observou. Pilonetto informou, ainda, que tanto a empresa que fará a mudança dos equipamentos como a que fará o transporte diário dos funcionários para a nova sede já foram licitadas pelo governo do Estado.
Diferencial
O novo prédio conta mais de 5 mil metros quadrados e recebeu mais de R$ 11 milhões de investimento dos governos estadual e federal. ?Os avanços em termos de segurança do trabalho e biossegurança serão um diferencial importante da nova sede, tendo em vista que o prédio atual tem mais de setenta anos e apresenta várias deficiências estruturais?, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier.
Com a nova estrutura, o Lacen torna-se um dos laboratórios mais modernos da América Latina. É um dos únicos que possui área de biossegurança, com acesso restrito e controlado no manuseio de algumas substâncias. Todo o sistema de acesso será eletrônico, inclusive para as unidades do laboratório, com códigos de segurança. A expectativa é que, com a nova infra-estrutura, ele se torne referência para o Mercosul, tanto na análise de produtos como de doenças.
O laboratório já é referência para a Região Sul no diagnóstico laboratorial de doenças como raiva, sarampo e rubéola. Segundo Marcelo Pilonetto, a Diretoria de Recursos Humanos da Secretaria da Saúde está negociando com a Secretaria da Administração a liberação de vagas remanescentes do último concurso para a nomeação de novos profissionais, que serão contratados para o novo Lacen.
Hoje o Laboratório Central realiza mais de 230 mil exames e análises ao ano. Só na sede central trabalham 112 profissionais. Desse total, 19 profissionais possuem especialização, sendo dez com mestrado e dois com doutorado, todos em sua área de atuação, que vai da microbiologia e imunologia à biologia molecular.
Este número sobe para mais de 250, contando os profissionais envolvidos em análise da água do laboratório de fronteira em Foz do Iguaçu e do laboratório da Regional de Saúde com sede em Ivaiporã, inaugurados recentemente, dentro da política de regionalização adotada pelo atual governo do Estado. Outras doze unidades de análise da água serão implantadas nas Regionais de Saúde nos próximos meses, tornando essas análises muito mais rápidas e dispensando o seu envio para o Lacen de Curitiba.